terça-feira, fevereiro 4, 2025
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    O melhor do mundo é nosso

    O Brasil voltou a ter o melhor jogador do mundo. Vinícius Júnior foi escolhido como melhor do mundo na premiação da Fifa, The Best, depois da frustração da Bola de Ouro da France Football. A premiação aconteceu em Doha, no dia anterior à final do Intercontinental, o novo Mundial de Clubes anual da Fifa.

    É o reconhecimento de um jogador que foi sim o melhor da última temporada, mesmo sem grandes atuações por sua seleção. O curioso é que ele venceu entre os capitães e venceu de lavada com o público, mas perdeu entre os técnicos e os jornalistas. Deixo para vocês pensarem nas razões para isso.

    Vinícius mereceu o prêmio. Ele segue um legado de Romário, Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho e Kaká, brasileiros que já venceram o troféu. O Brasil volta a conquistar uma premiação que não vinha para jogadores do país desde 2007. Até por isso, é muito significativo.

    A conquista do prêmio não significa que o Brasil voltou ao topo do mundo, como sua ausência nesses 17 anos não significa que o país estava no ostracismo. O Brasil é quem mais exporta jogadores no mundo, seguido por Argentina e França. Há muitos jogadores brasileiros espalhados em grandes clubes e grandes ligas no mundo. Isso não mudou.

    O futebol sim, esse mudou. O Brasil seguiu fazendo talentos, mas há um cenário diferente hoje, com times lotados de superestrelas na Europa. Os maiores times europeus, hoje, são mais fortes que qualquer seleção. Não era assim há 20 anos.

    Kaká, escolhido melhor do mundo pela Fifa em 2007 (Reprodução)

    O futebol de seleções também mudou. É muito mais comum vermos as grandes seleções sofrendo, sem conseguir mostrar um grande futebol, porque a comparação é com os clubes europeus, seleções mundiais, com muito mais tempo para treinar.

    O talento individual continua existindo. O Brasil tem goleiros, zagueiros e atacantes aos montes espalhados pela Europa. Há posições carentes, mas toda seleção tem isso. A Argentina campeã do mundo também tinha. É impossível uma seleção ter 11 craques para fardar a cada data Fifa.\

    O trabalho dos técnicos é importante e isso tem faltado em grande parte nas seleções. Em parte pela falta de tempo, em parte porque os grandes técnicos raramente preferem seleções aos milionários clubes europeus. E no Brasil, onde isso acontece, vivemos uma crise de formação de treinadores.

    Mas os talentos continuam lá. Vini é o maior exemplo, mas não é o único. Gabriel Magalhães, do Arsenal, Murillo, do Nottingham Forest, Rodrygo e Militão, companheiros de Vini no Real Madrid, Raphinha, do Barcelona, Gérson, do Flamengo, Luiz Henrique, do Botafogo, Estevão, do Palmeiras, Savinho, do Manchester City.

    O Brasil voltou a ter o melhor do mundo. Mas nunca deixou de ser um dos maiores produtores de talento do mundo. Vini conquista o prêmio depois de ser grande destaque por ao menos dois anos. E até aqui na temporada, tudo indica que ele brigará pelo prêmio mais uma vez. Mbappé e Haaland que se virem.

    Felipe Lobo
    Felipe Lobo
    Jornalista, podcaster e criador de conteúdo. Editor da Trivela antes do Meiocampo. Faz parte do podcast Meiocampo e também é criador do canal Próxima Fase, sobre games. Um apaixonado pela Internazionale desde os tempos de Ronaldo, vive o futebol intensamente desde a Copa de 1994 e trabalha com futebol desde 2009.

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