Nem a noite fria e chuvosa do Morumbi foi capaz de criar o roteiro épico que o São Paulo precisava. Diante da LDU, o time tinha a missão de reverter uma derrota por 2 a 0 sofrida em Quito, mas, mais uma vez, tropeçou nas próprias pernas. Em uma atuação de volume estéril e muitos erros, não só falhou em reverter o placar como perdeu novamente, sacramentando uma eliminação justa e dolorosa.
Não se pode dizer que o São Paulo não tentou. O problema foi como tentou. O time pecou pela crônica falta de eficiência ofensiva e, para piorar, vacilou defensivamente. Em um contra-ataque nascido de um escanteio a seu favor, sofreu o gol que praticamente selou seu destino no fim do primeiro tempo. Na segunda etapa, a pressão existiu, mas nunca se converteu em um sufoco real para o adversário.
As tentativas de Hernán Crespo de mudar o cenário foram em vão. As entradas de Juan Dinenno, Maílton, Lucca e até de um Lucas Moura visivelmente fora de ritmo não surtiram efeito. Na ânsia de empurrar a LDU para o seu campo, o São Paulo é que parecia sufocado pela própria pressa e pela pilha de erros.
Com a vantagem no placar, a LDU se posicionou confortavelmente na defesa e deixou o São Paulo à beira da pane. O time brasileiro até criava uma chance ou outra, mas sem a frequência ou a contundência necessárias para criar a sensação de que o gol era inevitável. Pelo contrário: a impressão era que a bola simplesmente não entraria.
Os números ao fim do jogo ilustram o roteiro da incompetência: 75% de posse de bola, 25 finalizações e 16 escanteios para nenhum gol. A LDU, por sua vez, fez pouco ofensivamente porque não precisou de mais. Aproveitou as falhas do São Paulo na ida, foi letal na única chance que teve na volta e assistiu ao rival se afogar em sua própria inoperância.
Assim, o São Paulo segue sem alcançar uma semifinal de Libertadores desde 2016. Já a LDU, que não chegava a esta fase desde o título de 2008, avança para um duelo de campeões contra o Palmeiras, novamente como azarão.
A Crespo e seus comandados, resta juntar os cacos e reencontrar o futebol perdido para salvar a temporada no Campeonato Brasileiro. Com a folha salarial e o investimento feito em 2025, garantir uma vaga na próxima Libertadores não é apenas um objetivo: é a obrigação mínima para um clube que, mais uma vez, não conseguiu estar à altura da ocasião e da própria história.