quarta-feira, março 12, 2025

Marcelo se aposenta como ídolo do Fluminense e lenda do Real Madrid

Aos 36 anos, Marcelo decidiu pendurar as chuteiras após deixar o Fluminense, encerrando uma trajetória brilhante que o consagrou como uma lenda no Real Madrid, um dos maiores clubes do mundo, além de ídolo do clube que o formou, que é o seu clube de coração, o Fluminense, segundo ele mesmo disse.

O lateral-esquerdo anunciou sua aposentadoria do futebol profissional após uma carreira repleta de conquistas e momentos memoráveis. Marcado principalmente por sua passagem pelo Real Madrid, clube que defendeu por mais tempo, Marcelo deixou um legado impressionante: 25 títulos, incluindo cinco Champions League. Em sua última temporada no clube merengue, foi escolhido como capitão da equipe, tornando-se o primeiro não espanhol a assumir a braçadeira de capitão desde 1904.

Sua jornada começou no Fluminense, onde foi formado na famosa base de Xerém. Integrou o time principal em 2005 e rapidamente se destacou, chamando a atenção de grandes clubes. Em janeiro de 2007, aos 18 anos, foi contratado pelo Real Madrid para ser reserva de uma lenda: Roberto Carlos. A convivência com o ídolo foi fundamental para seu desenvolvimento, e, seis meses depois, com a saída de Roberto Carlos, Marcelo assumiu definitivamente a posição de lateral-esquerdo.

Foram 15 anos de glórias no Real Madrid, onde conquistou todos os títulos possíveis e se firmou como um dos melhores laterais-esquerdos do mundo. Sua relevância no clube foi inquestionável: poucos jogadores permanecem tanto tempo em um gigante como o Real Madrid sem perder o brilho. Mesmo em sua última temporada, quando perdeu espaço no time, deixou o clube em 2022 com o respeito e a admiração de todos.

Ao longo da carreira, Marcelo sempre enfrentou questionamentos sobre suas fragilidades defensivas. Era um jogador cujo ataque superava a defesa, uma característica que nunca foi escondida. No entanto, seus melhores técnicos souberam potencializar suas qualidades ofensivas, protegendo-o com jogadores que cobriam os espaços deixados, como Casemiro fez em diversas ocasiões.

Houve momentos em que perdeu a titularidade, mas sempre retornou com força para recuperar seu lugar. Sua criatividade e habilidade vindo da defesa eram únicas. Outros jogadores, como Fábio Coentrão, até tiveram oportunidades, mas nenhum conseguiu desafiar a hegemonia de Marcelo por muito tempo.

Na Seleção Brasileira, sua trajetória foi marcada por altos e baixos. Ignorado por Dunga para a Copa de 2010 devido a desentendimentos, Marcelo viu André Santos e Michel Bastos serem preferidos na lateral-esquerda, mesmo já sendo um dos melhores do mundo na época. Foi titular nas Copas de 2014, sob o comando de Felipão, e em 2018, com Tite. Em 2022, já em declínio, foi deixado de lado pelo técnico. Ao todo, disputou 58 jogos e marcou seis gols pela Seleção, embora nunca tenha alcançado o mesmo nível exibido no Real Madrid. Seu último jogo com a camisa canarinho foi na derrota para a Bélgica, nas quartas de final da Copa de 2018.

Marcelo no seu retorno para o Fluminense (reprodução)

Seu retorno ao Fluminense em 2023 foi emocionante. Marcelo voltou para casa e teve papel fundamental na conquista inédita da Libertadores da América, o maior título da história do clube. Suas atuações, tanto no início da carreira quanto no final, deixaram marcas profundas na memória dos torcedores.

No entanto, sua saída do Fluminense foi conturbada. Em novembro de 2024, um desentendimento com o técnico Mano Menezes, que o colocaria em campo apenas nos minutos finais de uma partida, resultou em um bate-boca e no fim prematuro de seu contrato. Apesar de especulações sobre uma possível transferência para outros clubes, Marcelo decidiu que era o momento de encerrar sua carreira.

Marcelo deixa o futebol tendo defendido apenas três clubes: o Fluminense, onde foi formado; o Real Madrid, onde se tornou uma lenda; e o Olympiacos, onde teve uma passagem breve antes de retornar ao Brasil.

Ídolo indiscutível do Real Madrid e do Fluminense, Marcelo brilhou intensamente ao longo dos anos e escreveu seu nome na história dos dois clubes. Ser uma lenda do Real Madrid, o maior clube do mundo, onde a paciência é escassa até mesmo com os maiores ídolos, é a prova definitiva de que Marcelo foi um dos grandes. Apenas os verdadeiramente especiais alcançam esse status.

Felipe Lobo
Felipe Lobo
Jornalista, podcaster e criador de conteúdo. Editor da Trivela antes do Meiocampo. Faz parte do podcast Meiocampo e também é criador do canal Próxima Fase, sobre games. Um apaixonado pela Internazionale desde os tempos de Ronaldo, vive o futebol intensamente desde a Copa de 1994 e trabalha com futebol desde 2009.

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