O Feyenoord eliminou o Milan na fase de playoffs da Champions League e se tornou a primeira surpresa da competição. Depois de vencer o jogo de ida por 1 a 0, a equipe dos Países Baixos foi até Milão e parecia em situação ruim, perdia por 1 a 0 e via os donos da casa dominarem. Até que Théo Hernández foi expulso e mudou o jogo. O Feyenoord empatou e o time sai de San Siro classificado com um empate por 1 a 1.
O jogo significava muito para os dois times, que estão efetivamente fora da disputa pelo título local. O Feyenoord está em quarto na Eredivisie, a liga neerlandesa, e a 14 pontos do líder Ajax. O Milan está apenas em sétimo na Serie A, com 15 pontos atrás do Napoli, líder. Os dois times precisarão melhorar seus desempenhos para estar na próxima Champions League.
O Feyenoord venceu o primeiro jogo em Roterdã por 1 a 0, gol de Igor Paixão, e só precisava de um empate. O jogo em San Siro, porém, se complicou rapidamente. Logo no começo, em cruzamento de Christian Pulisic, Thiaw desviou na segunda trave, tocando para o meio. Santiago Giménez, ex-Feyenoord, tocou de cabeça para marcar 1 a 0, com menos de um minuto de partida.
No seu quinto jogo pelo Milan, terceiro gol marcado, o primeiro na Champions League. Curiosamente, competição que começou a temporada defendendo o Feyenoord – inclusive com gols importantes, como os dois que marcou na vitória sobre o Bayern de Munique.
Depois de abrir o placar, o Milan era melhor no jogo, dominava as ações e parecia perto de chegar ao segundo gol, que daria a classificação aos rossoneri. Théo Hernández já tinha sido advertido de maneira boba, aos 44 minutos, quando fez uma falta desnecessária que o deixaria suspenso da próxima partida, caso o Milan se classificasse. Mas ficou pior.
Logo aos seis minutos do segundo tempo, Théo Hernández foi lançado dentro da área e caiu. Ficou claro que o lateral se jogou e tentou cavar o pênalti. O árbitro não caiu na dele e imediatamente foi em direção ao francês e mostrou o cartão amarelo. Como era o segundo, Hernández recebeu o cartão vermelho.
Se o primeiro amarelo já era motivo para críticas, o segundo é infantil, ainda mais para um jogador tão importante do Milan, que é, além de tudo, um líder, que diversas vezes veste a braçadeira de capitão do time. Nenhuma eliminação acontece por um só jogador, mas algumas atitudes podem comprometer a capacidade do time de reagir. Essa expulsão de Theo Hernández foi certamente uma dessas.
A expulsão tão no início do segundo tempo mudaria completamente o jogo. O Feyenoord, que estava com muitas dificuldades de lidar com o forte ataque do Milan, ganhou força. Passou a atacar justamente onde faltava um jogador, no lado esquerdo. Yunus Musah foi inicialmente deslocado para fazer o lado esquerdo, mas isso abriu um buraco no meio.
Sergio Conceição mudou o time. Colocou em campo o lateral Davide Bartesaghi, jovem de 19 anos. Pouco depois, colocou Youssouf Fofana no lugar de Santiago Gimenez, fechando o time no meio-campo e recompondo de vez a equipe.
Só que o Feyenoord melhorou na partida, avançou no campo e passou a ser quem mais levava perigo. O jogo, que parecia nas mãos do Milan, agora tinha situação inversa. Os visitantes só precisavam de um gol.
E o gol saiu. Aos 28 minutos, Hugo Bueno cruzou da esquerda na cabeça de Julián Carranza, que tinha entrado pouco antes. O argentino, de 24 anos, só cabeceou para marcar.

O Milan tentou reagir, mas estava desorganizado em campo. A classificação, que pareceu tão possível e tão perto lá no começo do jogo, agora parecia distante. Sérgio Conceição ainda tentou dar mais poder de fogo ao time ao colocar Samuel Chukwueze e Tammy Abraham nos lugares de Yunus Musah e Tijjani Reijnders. Não funcionou.
O Feyenoord, comandado por Pascal Bosschaart, chega às oitavas de final e deixa um clube com sete títulos pelo caminho. O Milan, campeão pela última vez em 2007, sofre uma eliminação doída, porque sabe que poderia ir mais longe e tinha time para isso.
O Feyenoord aguarda o sorteio de sexta-feira, às 8h (horário de Brasília) para saber se encara Inter ou Arsenal, dois adversários de peso.